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Resumo:No dia 10 de dezembro de 2024, o dólar operou em queda após registrar um novo recorde nominal no dia anterior. A moeda, cotada a R$ 6,068 pela manhã, reflete a combinação de dados locais sobre inflação e incertezas fiscais, enquanto investidores aguardam decisões de política monetária no Brasil e nos Estados Unidos.
No dia 10 de dezembro de 2024, o dólar operou em queda após registrar um novo recorde nominal no dia anterior. A moeda, cotada a R$ 6,068 pela manhã, reflete a combinação de dados locais sobre inflação e incertezas fiscais, enquanto investidores aguardam decisões de política monetária no Brasil e nos Estados Unidos.
O cenário atual é influenciado por uma desaceleração do IPCA, dificuldades políticas para aprovação do pacote fiscal do governo brasileiro e a expectativa de mudanças na taxa de juros nos dois países. Com o ano próximo do fim, a volatilidade cambial se mantém como um fator de preocupação para empresas e investidores.
Após atingir R$ 6,082 no dia anterior, o dólar iniciou a sessão desta terça-feira em baixa, sendo cotado a R$ 6,068. Essa queda reflete uma leve melhora no otimismo dos mercados, impulsionada por sinais de avanço na tramitação do pacote fiscal no Congresso Nacional. Ainda assim, a moeda americana acumula alta expressiva de 25,34% no ano, mostrando a força da valorização frente ao real.
Internamente, o dado mais aguardado foi a divulgação do IPCA de novembro, que registrou alta de 0,39%. Apesar de ser uma desaceleração frente aos 0,56% de outubro, o índice continua acima do teto da meta do Banco Central para 2024. Esse resultado reforça a expectativa de um ajuste mais rígido da taxa Selic, atualmente em 11,25%.
Outro fator de alívio pontual para o câmbio foi a reunião entre o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e os líderes do Congresso, na tentativa de destravar a aprovação de medidas fiscais. Mesmo assim, a resistência política e a exigência de maior transparência nas emendas parlamentares seguem como obstáculos significativos para o governo.
No cenário internacional, a perspectiva de mudanças na política monetária dos Estados Unidos continua influenciando os mercados globais. O Federal Reserve (Fed) deve anunciar na próxima semana sua decisão sobre taxas de juros, e os dados recentes de emprego sugerem que a inflação americana ainda está acima do desejado.
Além disso, o mercado está atento ao discurso protecionista do presidente eleito Donald Trump, que anunciou a possibilidade de aumentar tarifas para parceiros comerciais, incluindo a China. Essas medidas podem fortalecer o dólar globalmente, enquanto ampliam as incertezas para economias emergentes como o Brasil.
Outro ponto relevante é o comportamento do preço de commodities como petróleo e soja, que afetam diretamente o comércio internacional e o fluxo cambial. Em 2024, a queda nos preços dessas commodities pressionou ainda mais o real, aumentando a percepção de risco para a economia brasileira.
Com apenas algumas semanas restantes em 2024, o dólar deve continuar oscilando conforme a evolução de fatores internos e externos. No Brasil, a decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) nesta semana será crucial para definir a trajetória do câmbio. Uma alta expressiva da Selic pode atrair capital estrangeiro, ajudando a estabilizar o real temporariamente.
Entretanto, a indefinição sobre o pacote fiscal e as exigências do Supremo Tribunal Federal (STF) para maior transparência nas emendas parlamentares geram incertezas que podem manter o dólar em patamares elevados. Caso o pacote não seja aprovado ainda este ano, o mercado pode precificar um aumento de risco fiscal, resultando em nova alta da moeda americana.
Externamente, os indicadores de inflação dos Estados Unidos, como o CPI (Índice de Preços ao Consumidor), podem pressionar o Fed a adotar uma postura mais conservadora em relação aos juros. Um aumento das taxas americanas em 2025 pode intensificar a fuga de capitais de economias emergentes, contribuindo para a valorização do dólar.
A valorização contínua do dólar apresenta desafios significativos para empresas brasileiras, especialmente aquelas que dependem de insumos importados ou possuem dívidas em moeda estrangeira. Por outro lado, exportadores podem se beneficiar, já que receitas em dólar tornam-se mais valiosas frente ao real.
Para os investidores, o momento é de cautela. Aqueles expostos ao mercado de câmbio devem adotar estratégias de gestão de risco, como hedge cambial *, para proteger seus portfólios. Já para os traders, a volatilidade do mercado pode oferecer oportunidades de curto prazo, desde que operem com alavancagem financeira moderada e planejamento rigoroso.
O dólar em 10 de dezembro reflete um cenário de alta complexidade, marcado por incertezas fiscais no Brasil e ajustes monetários nos Estados Unidos. Com a aproximação do fim do ano, a volatilidade deve continuar elevada, exigindo atenção redobrada de empresas e investidores.
Embora a possível aprovação do pacote fiscal possa trazer algum alívio para o real, a perspectiva de um cenário internacional mais restritivo e desafios políticos internos tornam improvável uma queda significativa da moeda americana no curto prazo. A recomendação é de cautela e planejamento, com foco na proteção contra riscos cambiais.
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* Hedge Cambial: Estratégia financeira que visa proteger investidores e empresas contra os riscos de oscilações nas taxas de câmbio. Utilizando instrumentos como contratos futuros, opções e swaps, essa prática permite travar valores ou reduzir a exposição cambial, garantindo maior previsibilidade nos resultados financeiros.
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