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Resumo:Donald Trump declarou vitória nas eleições presidenciais dos EUA, com o fortalecimento republicano no Congresso. Mercados reagiram positivamente, com alta no dólar e Bitcoin. No Brasil, o Banco Central deve aumentar a taxa Selic em meio a incertezas econômicas.
O ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, declarou vitória na eleição presidencial de 2024. Enquanto grandes redes de notícias ainda não confirmaram o resultado, a apuração aponta que Trump obteve vantagem em estados decisivos como Pensilvânia, Geórgia e Carolina do Norte. A contagem dos votos sugere que o Partido Republicano também conquistou o Senado e mantém a maioria na Câmara dos Representantes, indicando uma possível “varredura” republicana nas eleições de meio de mandato.
Essa combinação de resultados pode abrir caminho para que Trump implemente reformas substanciais em áreas como política de imigração, impostos e comércio internacional, temas que marcaram sua campanha. No mercado, a expectativa por uma vitória republicana tem gerado impactos relevantes nos índices futuros das bolsas americanas, além de oscilações em ativos considerados “Trump trades”.
Às 8h10 (horário de Brasília), o índice Dow futuros subia 2,91%, enquanto o S&P 500 avançava 2,35% e o Nasdaq 100 2,01%, sinalizando um dia de ganhos para o mercado acionário americano.
A possível vitória de Trump também trouxe de volta ao mercado as chamadas “Trump trades”, apostas vinculadas às expectativas de um segundo mandato do ex-presidente. O dólar americano apresentou um dos maiores saltos diários desde março de 2020, beneficiado pela perspectiva de mudanças nas políticas comerciais e migratórias, enquanto o peso mexicano recuava, impactado pela política de imigração mais rigorosa prometida por Trump.
Além disso, o Bitcoin atingiu um novo recorde de US$ 75.500, refletindo o otimismo do mercado cripto com a possibilidade de Trump apoiar esse setor.
No mercado de títulos, o rendimento do Tesouro dos EUA a 10 anos subiu, refletindo o aumento da confiança do investidor na economia americana, impulsionada pelo dólar fortalecido e pelas políticas expansionistas sugeridas pelo ex-presidente.
O Federal Reserve dos EUA iniciou sua última reunião de política monetária do ano, com uma decisão sobre a taxa de juros esperada para esta quinta-feira. Há expectativa de que o Fed reduza a taxa de juros em 0,25 ponto percentual, embora a possível vitória de Trump tenha mudado algumas das previsões de longo prazo.
Com a perspectiva de uma agenda econômica expansionista, investidores estão revendo suas projeções de corte nos juros em 2025, reduzindo as expectativas de novos cortes além dos dois já previstos para o primeiro semestre do ano. Essa revisão indica que o Fed pode adotar uma postura mais cautelosa, mantendo os juros entre 3,75% e 4% no próximo ano.
Analistas do mercado acreditam que o Fed pode desacelerar a redução das taxas devido à possibilidade de aumento dos gastos públicos e às políticas restritivas de imigração, que podem pressionar o mercado de trabalho.
Os preços do petróleo apresentaram queda nesta quarta-feira, influenciados pela alta do dólar e pelos dados do American Petroleum Institute (API), que indicaram um aumento de 3,13 milhões de barris nos estoques de petróleo bruto dos EUA na última semana. O contrato Brent caiu 1,15%, sendo cotado a US$ 74,20, enquanto o WTI recuou para US$ 71,00.
O aumento nos estoques surpreendeu o mercado, que esperava um acréscimo menor de cerca de 1 milhão de barris. Esse cenário levanta preocupações sobre uma possível desaceleração na demanda por petróleo, especialmente com o inverno se aproximando. Um dólar forte, consequência da perspectiva de vitória de Trump, também torna o petróleo mais caro para países que usam outras moedas, o que pode reduzir ainda mais a demanda.
Os dados oficiais dos estoques serão divulgados nesta quarta-feira, e o mercado aguarda para confirmar se haverá impacto adicional no preço do barril.
No cenário doméstico, o Banco Central do Brasil deve anunciar nesta quarta-feira um aumento na taxa Selic, passando de 10,75% para 11,25%, conforme esperado por analistas do mercado. O aumento da taxa reflete uma tentativa do BC de conter pressões inflacionárias diante de um cenário de incertezas fiscais e riscos externos.
O Comitê de Política Monetária (Copom) já havia elevado a taxa em setembro, com um aumento mais contido de 0,25 ponto percentual. No entanto, com a recente instabilidade econômica e a perspectiva de gastos públicos mais elevados, o mercado espera um ajuste mais agressivo desta vez.
Além disso, a alta nos preços das commodities, impulsionada pelo fortalecimento do dólar, representa mais um fator de pressão inflacionária no país, justificando a decisão do BC de manter uma política monetária mais restritiva.
A agenda econômica desta quarta-feira está repleta de divulgações importantes, começando com o relatório de vendas no varejo na Zona do Euro e o Índice de Preços ao Consumidor (CPI) no Reino Unido. Esses dados são monitorados de perto por investidores que buscam sinais sobre o ritmo da recuperação econômica e as políticas monetárias nos respectivos países.
Na Ásia, o índice de atividade industrial da China apresentou um leve aumento, com o PMI industrial chegando a 51,2, sinalizando expansão. No entanto, o mercado ainda está cauteloso com a recuperação da economia chinesa, principalmente devido ao impacto de uma demanda global enfraquecida.
Esses dados internacionais são fatores que também podem influenciar o movimento do mercado brasileiro, especialmente na negociação de ativos e na variação cambial.
O mercado de criptomoedas continua aquecido, com o Bitcoin e outras moedas digitais como Ethereum e Ripple em alta. Analistas do setor atribuem o recente rally no mercado cripto às expectativas de apoio de Trump, que já se mostrou favorável a políticas que beneficiem o setor.
Além do Bitcoin, outras criptomoedas como Ethereum e Ripple registraram ganhos, impulsionadas pela esperança de que a administração de Trump introduza regulamentações menos restritivas para o setor. Embora ainda haja incertezas quanto ao futuro das criptomoedas, a expectativa de que o governo americano favoreça o setor tem motivado investidores a alocar recursos nessa classe de ativos.
Com o cenário eleitoral e a possível vitória de Trump, setores específicos como energia, defesa e infraestrutura podem ver uma valorização expressiva nos próximos dias. Os investidores têm revisado suas estratégias de alocação de recursos, buscando ações que possam se beneficiar das políticas pró-negócio de Trump, como as promessas de grandes investimentos em infraestrutura e a ampliação da produção de energia doméstica.
Além disso, o setor de tecnologia pode ver uma recuperação moderada, uma vez que as políticas de Trump não favorecem diretamente essa indústria. A regulamentação de empresas de tecnologia pode se intensificar, um movimento que é visto com cautela pelos investidores.
O mercado global está atento aos desdobramentos da eleição americana, e os investidores devem monitorar de perto a apuração dos votos, além das próximas decisões de política monetária do Federal Reserve. A vitória de Trump promete influenciar significativamente a economia americana e global, especialmente em áreas como política fiscal, comercial e de imigração.
A reação dos mercados a esses eventos cria um cenário de volatilidade, mas também de oportunidades para os investidores que buscam se posicionar estrategicamente. Em paralelo, no Brasil, as decisões do Banco Central e o movimento do câmbio devem influenciar o rumo dos ativos domésticos, que estão expostos a um contexto internacional complexo e a desafios internos.
Este é o momento de os investidores permanecerem atentos e preparados para ajustar suas estratégias de acordo com as mudanças no cenário político e econômico. As próximas semanas prometem ser decisivas para o mercado global e local, e cada decisão pode trazer implicações de longo prazo para diferentes setores da economia.
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