Linx recua forte após resultado com queda de margem

SÃO PAULO (Reuters) - As ações da Linx chegaram a recuar 8,6% nesta terça-feira, após a companhia de software para o varejo reportar prejuízo de 9 milhões de reais no primeiro trimestre, revertendo lucro de 17,2 milhões um ano antes, com piora também no resultado e margem operacionais.

A empresa observou efeitos no resultado da menor receita de serviços, intensificada pelos efeitos da pandemia de Covid-19, e o menor resultado financeiro em função das aquisições de empresas e recompras de ações da companhia realizadas período.

Por volta das 10:40, os papéis caíam 2,12%, a 20,36 reais. No pior momento, chegaram a recuar a 19,01 reais.

A Linx reportou Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) de 37,3 milhões de reais para os primeiros três meses do ano, queda de 24,8% ante o mesmo período de 2019. A margem Ebitda despencou a 17,9%, de 28,1%. Em termos ajustados, o Ebitda caiu 11,2%, a 40,8 milhões de reais, e a margem encolheu para 19,6%, ante 26%.

A companhia citou despesas não recorrentes de 3,5 milhões de reais no período, envolvendo principalmente impacto da receita com antecipação de recebíveis oferecido pelo Linx Pay Hub, além de reestruturação organizacional realizada no início do ano.

A receita recorrente total somou 202 milhões de reais, alta de 12% na comparação ano a ano, com uma pequena parte desse montante vindo de royalties (5,9 milhões de reais), enquanto a receita operacional líquida subiu 17,9%, a 208,5 milhões de reais.

“Os resultados da Linx estão se deteriorando nos últimos trimestres. O crescimento orgânico diminuiu e as margens caíram para níveis historicamente baixos”, destacaram analistas do BTG Pactual em relatório a clientes.

A pandemia deve manter os resultados sob pressão por um tempo, pois a empresa está 100% exposta ao segmento de varejo, que sofrerá proporcionalmente mais com a paralisação e com a atividade econômica mais fraca do que outras partes da economia' escreveram Carlos Sequeira e Osni Carfi.